terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Update felino ou O gato subiu no telhado

Tristes notícias: o Jack foi diagnosticado com Leucemia Felina e está de passagem marcada para o céu dos gatos legais. A doença causou outros tumores e a falência renal, ele não aguentaria o tratamento.

Mais triste ainda, a leucemia felina é altamente contagiosa para outros gatos, então vamos ter que testar a Meg e o Negão. Ai meu São Francisco de Assis, ampare esses pobrezinhos...

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Nós gatos já nascemos pobres

Dramas felinos.
Nossa casa abriga 3 gatos. A Meg, adotada pela Jana, o Jack - irmão da Meg - adotado pelo Juliano que voltou pro Brasil, e o Negão, gato de rua, também adotado pelo Juliano safado sem vergonha que foi embora.

Primeiro o Jack ficou doente. Foi no vet, voltou com uma porção de remédios e começou a melhorar. Aí deu uma paralisia estranha no rosto dele essa semana, voltou no vet e descobriu que os remédios anteriores mais predisposição genética levaram o pobre gato à falência renal. Ele está lá internado, por um fio, sem saber se melhora ou se vai para o céu dos gatos legais.

E nesse meio tempo, o Negão sumiu. Ficou fora de casa uns 5 dias e nós achando que tinha morrido, pq nesses cinco dias deu ventania, sol forte, chuva de granizo, tempestade. O Rô estava inconsolável, apaixonado pelo gato que é. Até que ontem a noite, liga aqui em casa o Gustavo. O Gordo que atende e quase me arrasta com ele lá pra casa deles.
Chego lá e quem havia surgido, miraculosamente escapando dos dois cachorros comedores de gatos do vizinho??? O próprio! Que alegria!! O Negão reapareceu e estava morrendo de fome, coitado. Agora, alimentado e quentinho, ele dorme no sofá, se recuperando da aventura.

Pela conversa entre ele e o Rô ontem a noite, foi uma experiência memorável, mas acho que ele não vai querer repetir assim tão cedo.

Cruzando a Ponte

Moramos entre a cruz e a caldeirinha. Pelo menos para mim e meu medo de dirigir.
Se eu quiser ir pra Methven, tem uma serra linda, passando pelo Rakaia Gorge e com curvas impossíveis. Se eu quiser ir pra Rakaia e Ashburton, tem a ponte. Uma ponte gigantesca, sobre o Rio Rakaia, com duas míseras faixas apertadas e mtos caminhões. Nem preciso dizer que até agora, eu só ia dirigindo até o hotel e de volta pra casa. No máximo até Hororata.

Até que a Dai apareceu, mulher do Gustavo, que moram aqui na fazenda. Ela trabalha lá no htl tb, como kitchen hand e também está aprendendo a dirigir e perder o medo. Então vamos juntas pro hotel, de vez em quando ela dirige, de vez em quando eu. Semana passada, decidimos que estava na hora de cruzar a ponte.

Para incentivar, marquei um horário na médica em Rakaia numa hora que o Gordo não poderia levar mesmo. Passei lá, peguei ela e fomos, rezando, cantando, quase chorando de nervoso mas fomos, eu dirigindo.
E não é que chegamos? Chegamos em Rakaia, fui na médica fiz exame, saimos, fomos na Rd1, fomos pra Ashburton, estacionamos, compramos compramos compramos e na volta, ela voltou dirigindo.
O carro está intacto, nós estamos intactas e absurdamente orgulhosas, a ponte não saiu do lugar com a gente em cima e nenhum caminhão tentou me atropelar. Impressionante.

Liberdade, liberdade, abre as asas sobre nós.

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Pré-Natal

Estou até impressionada com a minha eficiência natalina. Hj é dia 16 e não tenho nadica de nada de presentes pra comprar. Comprei o último presente ontem, um jogo de lençol pra Dai e pro Teta.
Tá certo que não temos tantos presentes assim pra dar, mas até os do povo brasileiro já foram!! O correio daqui me prometeu que chegaria antes do Natal, mas o correio daí, que nunca me viu mais gorda nem sabe que eu morro de antecipação, não me prometeu nada. Logo, nada ainda!

Não vou montar árvore esse ano. Estou protestando e vendo se o Natal passa mais rápido assim. Porque digo que, mesmo com cartões enviados, presentes comprados e planos de jantar no dia 24 com amigos, o Natal longe de casa ainda dói um pouco.

Depois de mta consideração e "veja com o Brent"e "veja lá no hotel" como vai ser, eu vou trabalhar no dia de Natal (que é o importante pra eles aqui. Almoço no dia de Natal, não ceia na véspera) e o Gordo vai folgar. No dia 24 eu trabalho cedo pra poder sair pra jantar, depois que expliquei pra gerente que brasileiro é estranho mesmo e comemora na véspera.

No ano-novo, trabalhamos os dois. Bummer.
A única vantagem é que em feriados públicos, a gente recebe vez-e-meia mais um dia de folga.

We wish you a merry christmas and a Happy new year! Cheers!! =)

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Just my luck

Sorte não é um item facilmente encontrado nas prateleiras do supermercado. Mas achei sem querer e sem saber, entre o shampoo e as caixas de lenço.

Quando voltamos de Queenstown, em outubro, paramos em Timaru rapidamente no Countdown pra comprar algumas coisas que faltavam em casa e não ia dar tempo de passar em Ashburton pra pegar. Entre essas coisas, um pacote de absorventes higiênicos para esta que vos fala.

Já que estamos no assunto - homens, podem ir ver outra coisa - os absorventes daqui são gigantescos. Really. Mto maiores do que os brasileiros. Tem os superfinos tb, mas são sempre imensos em largura e comprimento, horríveis. Oh saudade da Droga Raia.

Voltando ao assunto, no caixa passei o meu Onecard, cartão de fidelidade do supermercado que de vez em quando me dá ótimos descontos e vouchers de $15 quando acumulo 200 pontos, facinho facinho.

Pois então, qual não foi a minha gigantesca surpresa ao chegar em casa umas duas semanas atrás e ao passar na caixa do correio, achar um pacote endereçado pra mim, que não tinha encomendado nem comprado nada e o tal nem era vindo do Brasil, talvez um presente?

Era um Ipod Touch 32Gb, 3 geração, que faz quase tudo, só não faz almoço nem lava roupa.

Nunca na minha curta vida eu quis um Ipod e depois de várias visitas à Dick Smith Eletronics, sei que eles custam bem carinho, mesmo aqui. E caiu um no meu colo.

Depois que conseguir parar de gritar e pular que nem uma besta e mostrar pra todo mundo, eu li a cartinha que veio junto no pacote. Ganhei pq comprei o bendito pacote de absorvente Libra no supermercado e passedi meu Onecard. Nem preciso dizer que nunca mais mudo de marca nem de supermercado

Existe um santo designado para aparelhagem eletrônica e internet? Se tiver, eu rezo pra ele!

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Send...

And you shall receive.

Pra comemorar que hj é dia 24 de novembro e o meu Natal está totalmente resolvido e enviado com a ajuda da velhinha simpaticíssima de Ashburton (Mães, aguardem pacotes um pouco antes do natal, se tudo der certo), vou colocar aqui o link da propaganda Reconciliation do correio daqui da NZ.

Porque eu choro copiosamente toda vez que assisto. Terrível. Tenho que mudar de canal pra não desidratar. Have fun.

http://www.nzpost.co.nz/Cultures/en-NZ/AboutUs/Sendandyoushallreceive/

Double feature

Milagre dos céus, consegui folgar os dois dias junto com o Rô essa semana. Ainda bem, pq faltavam muitos presentes pra comprar e tinha que ser agora.

Então acordamos cedo e fomos pra Chch, fazer programa de paulistano: passar o dia no shopping.
Chegamos lá e de comum acordo e democraticamente, decidimos assistir 2 filmes no cinema. Um que eu queria mto assistir e outro que ele queria mto assistir.

Ingressos na mão, fomos às compras. Foi excelente, compramos quase tudo, decidimos tudo e entramos na primeira sessão às 14h, eu estava quase pulando de alegria para assistir New Moon. Ele, nem tanto.

Não vou me enganar e dizer que o filme é maravilhoso, pq não é. A mocinha é meio vesga e péssima atriz, a maquiagem é esquisita mesmo e a Rosalie está horrorosa. Mas, por Tutatis, os homens...cada um mais (*bate na boca com a mão esquerda e lembra que é casada*)..... talentoso (?) que o outro. Ai ai ai...

E o segundo filme, 2012. É sobre o fim do mundo previsto pelos Maias e anunciado por um físico na India e tinha tudo pra ser um daqueles exageros hollywoodianos. Ainda é, um pouco. Mas pior que exagerado, é mto realista. Não conceitualmente realista ou real, mas visualmente realista. Tive que fechar os olhos na cena que o Cristo se quebra no meio, pq quase arrebentou meu coração no meio tb, de tão real que era a cena. E foi tenso tb, com mtos momentos de segurar o fôlego sem a gente perceber e só soltar qdo o mocinho resolve tudo.
No final, aprendemos 2 coisas: qdo o fim do mundo chegar, procure o John Cusack. E vá para a China.

E a terceira, preste atenção nos folhetos do estacionamento, pq tomamos uma multa! Num estacionamenteo gratuito!!! Bugger.

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Return to sender

O Limbo Postal. Vc sabe, vc que já assistiu o Náufrago, sabe que a qualquer momento, sua carta ou pacote pode ir parar em L.I.N.S (Lugar Incerto e Não Sabido) ou pior, no vizinho.
Aqui na NZ, os carteiros são velhos amigos dos proprietários de casas e como eu descobri recentemente, fazem a mesma rota a 40 anos. Então, mesmo com o endereço errado ou incompleto, a sua correspondência vai chegar. Pode demorar, mas chega.

Mas nada preparou o sistema postal da NZ ou a relação Brasil-Australásia para a Grande Ameaça da Ordem: a minha mãe.

Ela tem um imenso coração e quis me mandar presentes de aniversário. Até conseguiu postar com antecedência suficiente que pra chegar aqui a tempo. Então mandou 2 presentes: um pacote do Brasil e um pacote de livros, comprados numa loja da NZ, que iam chegar rapidinho.

Não fosse o pequeno detalhe do endereço fictício. O pacote que me foi enviado do Brasil chegou na NZ para um endereço misturado, antigo e novo, obra e graça da criatividade de mamis. E o endereço fornecido para a loja daqui estava certo, mas era o meu endereço antigo. E ninguém mora mais lá, nem os ex-patrões.
Os livros eu consegui recuperar sem mto esforço além de uma troca de emails com a loja e um pacote rebatido em Waimate. Chegaram aqui uma semana depois do previsto, lindos, maravilhosos e depois eu até mandei um email pra loja agradecendo imensamente o serviço.

O outro era um pouquinho mais complicado, pq só Deus sabia onde o pacote ia parar, com nome de rua de uma cidade, nome da cidade de outro e código postal batendo com nenhum dos dois.
Aí, depois de extensa pesquisa no site do correio lá e cá, resolvi que, antes que o pacote batesse e voltasse ou pior, ficasse eternamente perdido no Limbo Postal acima mencionado, precisava ir conversar pessoalmente com o cara e implorar pra ele interceptar qq caixa amarela que aparecesse em Ashburton.

Foi o que fiz, no guichê de Missing Parcels, escondidinho lá no fundo com uma porta que abre na metade e um carteiro ?? (como chama um empregado do correio que não entrega cartas??) hiper simpático que morreu de rir de mim e da minha história e prometeu que ia ficar de olho. Ainda voltei lá umas duas vezes depois, e ele me avisou que tinha contado pra todo mundo e que estava todo mundo no aguardo.

Sexta feira agora me liga Penny, do correio em Timaru (100km de Ashburton, 150km da minha casa, praticamente outro estado), pra dizer que chegou um pacote lá com o meu nome. Dei meu endereço correto e 24h depois o dito estava em casa.

4 pacotes de chocolícia, 3 AnaMarias com recheio de baunilha, 1 farofa, 2 lixas de unha que eu amo, 2 camisetas pro Rô e um frasco de gelatina em cápsulas que não existe na NZ e sem as quais a minha unha vai pro saco.

Depois dessa, o Limbo Postal não me assusta mais. Muito.


P.S. Hj passei no correio em ashburton pra avisar e agradecer, pq afinal minha mãe me deu, além de livros e bolacha, uma educação decente!

Soldadinho de chumbo

O Rô comprou uma arma. Sim, uma espingarda. De chumbinho. Juro!
Ele tem essa fascinação não mto saudável, mas acho que eu já disse aqui que ele atira bem, pra quem não tem mta prática.
Essa arma que agora possuímos é potente o suficiente pra matar coelhos, possums, patos e até magpies (pássaro malvado preto e branco que atacam as pessoas), como eu fiquei sabendo em primeira mão essa semana, lá pelas 7h da madrugada, quando ele me acordou aos pulos de alegria pq tinha conseguido acertar um.
Os gatos até agora se safaram, graças a Deus. Mas os vasos, baldes, latas, pedaços de cartolina que se encontram nos postes da cerca aqui de casa, esses tiveram um destino de tortura e morte lenta.

Mamma Mia!!

Só pra não dizer que eu falo que vou contar uma coisa e depois esqueço totalmente do assunto (ao contrário de Lili, que se era interrompida no meio de uma história na terça, lá pela segunda que vem retornava exatamente ao mesmo ponto, como se a semana não tivesse acontecido. Fenomenal.), resolvi voltar anos depois pra contar como foi o show do Mamma Mia! em Wellington.

Bem, se vc viu o filme, o musical é absolutamente igualzinho, ingarquenem, tim tim por tim tim, palavra por palavra. Ao ponto de volta e meia eu recitar um diálogo. E a platéia não era tão empolgada assim.

Salvo a mocinha do meu lado, que igualmente fã, chacoalhava na cadeira e cantava todas as músicas. Aí no "bis", depois que acaba a história mas não a discografia do Abba, e os atores voltam e cantam e dançam músicas variadas, todo mundo demorou um pouco pra se levantar e dançar. E mesmo assim, não foi uma adesão 100%. De novo, os kiwis não são mto empolgados. Me decepcionei com a platéia. Claro que eu e ela estávamos felizes, dançando, quase subindo nas cadeiras.

Mas no geral, o musical é ótimo, a experiência foi fantástica e o meu marido, como já dito anteriormente, é maravilhoso. Mais que ele, só o croissant de chocolate com amêndoas na patisserie na manhã seguinte.

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Roteiro

Não é mole não, vou te contar. Ser estrangeiro em terras estrangeiras, ser tão fisicamente diferente de todos os loirinhos branquinhos neozelandeses, ter um sotaque bizarro de brasileira que aprendeu a falar inglês no Brasil com seriados americanos e principalmente trabalhar com pessoas. Feliz é o Gordo, pq as vacas não perguntam nada.

Isso é o que me acontece todo santo dia, aproximadamente 60 a 75% dos clientes com quem converso, chegando a taxas altíssimas de participação em dias mto calmos ou quando só estou eu atendendo.

Segue-se o seguinte dialogo, que surge do nada, entre um pedido de bebida e a devolução do cardápio pra minha mão:


Cliente: " Entao, de onde vc eh? "

Eu: " Eu sou do Brasil."-e sorriso.

Cliente:" Nossa -e olhar interessado-há quanto tempo vc está aqui na NZ?"

Eu: " Faz mais ou menos uns 20 meses. Bastante tempo já." - e sorriso

Cliente: olhar surpreso "Puxa, e vc tá gostando? Pretende ficar mais?"

Eu: " Ah, sim, nós adoramos, queremos ficar pelo menos mais um ano inteiro"- e sorriso

Cliente: "Que bom, e onde vc mora?"

Eu: " Moro numa fazenda mais ou menos uns 25km daqui. "

Cliente: " Numa fazenda?" - olhar intrigado

Eu: "Sim, meu marido trabalha numa fazenda de leite no caminho pra Hororata, e nós moramos lá."

Cliente: " Como vcs decidiram vir pra NZ?" - olhar curioso

Eu: " Ah, ele tinha alguns amigos que já estavam trabalhando aqui e contavam que é muito bom, aí decidimos vir e tentar a sorte. Graças a Deus, deu tudo certo e estamos adorando."

Cliente: " Puxa que interessante! ...."

E aí geralmente eu rio um pouco e vou fazer outra coisa, pq nesse ponto minha bochecha está dando cãimbra de tanto sorrir.


Todo Santo Dia. Kiwis, Aussies, Ingleses, Chineses, qq criatura que olha pra mim, morena alta e cabeluda e me compara com as outras garçonetes, pequenas, branquelas e loiras e chega à indiscutível conclusao que eu não sou daqui.

Acho que vou mandar fazer cartões com a minha história pra distribuir, pq sinceramente, isso cansa a minha brasileira beleza.



sábado, 24 de outubro de 2009

Birthday Whishes

Não sei como começar esse post. Posso dizer que o meu é o melhor marido do mundo. Posso dizer que estou imensamente orgulhosa dele. Posso dizer que se eu ficar mais feliz acho que meu coração explode. Posso dizer que se melhorar estraga.

E principalmente, vou dizer que esse negócio de inferno astral não tá com nada, pq esse último mês foi tão maravilhoso que deveria chamar paraíso astral.

O Gordo me deu a melhor surpresa de aniversário: ele comprou 2 passagens de avião para Wellington, dois ingressos para o musical Mamma Mia! e uma noite de hospedagem lá, no dia da estréia do show. Então fomos, dia 22 à tarde, chegamos em Wellington, hotel, jantar, show espetacular, passeio, hotel, dormir, café da manhã na melhor patisserie francesa da NZ, passeio,exposição no Te Papa, ele pilotou um avião no simulador e ficou que nem criança, vôo de volta, casa.

Note que eu disse surpresa, pq ele fez tudo isso sozinho. Lugares excelentes, vôo ótimo e localização perfeita do htl, na Cuba St, pertinho do teatro. Tudo isso economizando ainda.
De novo: sozinho. Ele foi numa agência de viagem, conversou com a mulher e saiu de lá com o presente mais legal que eu poderia ter sonhado.

Vou ficar com cãimbra nas bochechas de tanto sorrir.

Acho que vou até parar de escrever agora pra não ficar babando mto. Ou vai que alguém resolve cobiçar o marido alheio??!
Mais tarde eu volto pra contar como foi legal o show.

sábado, 17 de outubro de 2009

Impromptu

Terça feira cheguei em casa lá pelas 1h20 da madruga, depois de um dia maluco no htl pq estávamos com pouco staff e mtos clientes, dando graças aos céus que quarta era minha folga,combinada com a do Gordo. Estava inclusive mais feliz pq eles tinha ido no supermercado sem-migo e a despensa estaria cheia sem stress. Abri a porta e encontrei o Gordo no sofá me esperando com uma cara que só ele tem qdo está querendo alguma coisa e acha que eu não vou concordar. O diálogo segue: " Vamos para Wanaka?" - "Claro, quando?" - "Amanhã" - " Ah tá" - "....." - "hummm, ok. " - "sério??" e corre pra avisar o pessoal que vamos acordar cedinho amanhã.

E foi assim que eu concordei em viajar 410 km com o Taio e a Flávia até Queenstown, passando por Wanaka e Lake Tekapo, na nossa folga. E ainda bem que aceitei. Não vou mentir, é uma viagem looonga e não descansamos nadica de nada, mas valeu a pena. Já conhecíamos Queenstown, mesma época ano passado, mas dessa vez aproveitamos mais. Vou dar a versão "melhores momentos Guia 4rodas" e algumas fotos pq é na verdade assim: paisagem-ovelha-paisagem-ovelha-água-ovelha-vaca-paisagem-paisagem-ovelha-microcidade-ovelha.

No Lake Tekapo que fica ao lado do Mt. Cook - pico mais alto da NZ e local de treinamento de Sir Edmund Hillary herói nacional - vimos uma fazenda de salmão e demos comida pra eles,que ficavam pulando no tanque. Lógico que compramos um pedacinho de salmão defumado, que no momento de se encontra no freezer. Mas o quilo do salmão fresco custa só 15 dólares, mto barato! O tempo estava chuvoso e feio e frio e saímos de lá loguinho.

Em Wanaka almoçamos (já eram 15h), fizemos a reserva no backpacker em Queenstown e passeamos um pouquinho. Wanaka tb fica na beira de um lago e é mto bonita. Mais bonita do que eu esperava, mas estávamos lá por outro motivo:

Puzzling World!!!! É como um parque de diversão para nerds. São algumas Salas de Ilusões, com ilusões de ótica, hologramas, desenhos nas paredes, jogos e enigmas e fotos super legais que vc pode tirar à vontade. E depois disso, um banheiro estilo romano que só dá pra explicar na foto e um labirinto de gente grande, no qual nos divertimos mto e conseguimos sair afinal, depois de mta volta! Eu estava louca pra visitar o Puzzling World desde que cheguei na NZ e fiquei mega contente! Mas a Flávia ficou ainda mais, pq enquanto estávamos lá dentro, o cara da Talleys ligou pra eles dizendo que eles estavam empregados!!!! Boa notícia número 1 !

De Wanaka direto pra Queenstown, a Meca dos brasileiros. Pra ter uma idéia, a recepcionista do backpacker era carioca. O lugar em si era simples, mas confortável. Quarto pequeno, banheiro no corredor, limpíssimo, lavanderia, outros quartos com beliches, cozinha com geladeiras pra gente deixar o salmão, jovem e despreocupado,com staff super eficiente e amigável. O tipo de lugar que vc ficaria se estivesse viajando com um orçamento super restrito ou, no nosso caso, sem aviso prévio pra eu poder pesquisar acomodações melhores. Mas foi só por uma noite e tudo bem.

Passeamos à noite, jantamos no mesmo italiano da outra vez, voltamos e capotamos no colchão estranho. acordamos cedinho e com a internet portátil, descobrimos que o visto do Taio tinha saído e ele ia poder começar a trabalhar com a Flávia!!! Boa notícia número 2!!!

Tomamos café na Starbucks, aí eu e o Gordo fomos fazer a 2 coisa mais popular de Queenstown
(a primeira é Bungy Jumping. Maybe never): JetBoating!! É uma lancha que passeia pelo lago e sobe o rio em alta velocidade e de vez em quando, dá uns giros 360graus e é mto legal! Minha parte preferida foi ver a água tão clara cintilando no sol que abriu, lindo e quentinho, bem melhor que a chuva!

Depois nós subimos na gôndola pra ver a vista lá de cima e pros meninos poderem competir no Luge, o carrinho de rolimã. Eles adoraram, claro!!
Ai, deu até fome de novo. Ainda bem que descobrimos a surpresa gastronômica de Queenstown: o FergBurger. Lanches gigantes, Fascinas+LanchonetedaCidade+Rockets+KiwiCafé. Delícia!!! E sorvete depois.

Chegamos em casa exaustos, a volta foi insuportavelmente longa, mas no geral a viagem foi deliciosa, pena que curta!


Lake Tekapo, Lake Pukaki e o que deveria ser o Mt. Cook.


Puzzling World!!





Jantando em Queenstown




segunda-feira, 12 de outubro de 2009

TMI

TMI= Too much information.

Ok, não sei se é necessário que o mundo esteja ciente do método anticoncepcional que usamos, mas a história é boa e vale contar. Se vc não quer saber, é justo e seu direito, volte outro dia! =)

No Brasil, eu tomava uma injeção mensal, excelente. Quando cheguei aqui, durante o exame para imigração, descobri que a tal injeção não existia aqui e o mala do Dr. McGettigan, o chato do médico de Methven me passou uma receita de pílula, aquela normal de tomar todo dia, válida para 3 meses que custou $21. Passados os 3 meses, eu peguei birra do mala do médico e não voltei mais, voltando nós para a caríssima (NZ$12 o pacote com 12) porém necessária barreira física.

Qdo voltei do Brasil, decidimos que assim não dá né e marquei uma consulta com uma médica no centro médico em Rakaia. A primeira boa surpresa veio logo aí: se nos registrássemos em Rakaia como nosso médico "da família"(Gp - General Practioner), nosso "primary care", o preço da consulta caía de 60 para 28 dólares e eles ficam com todo o nosso histórico médico, inclusive catando lá em Methven o que ficou. Nem preciso dizer que já tá todo mundo registrado no Centro Médico de Rakaia.

No dia da consulta, a segunda boa surpresa: a médica, Dra. Margit, uma fofa. Conversamos bastante, inclusive sobre planejamento familiar, histórico de exames, marcar papanicolau, etc e tal e até sobre como a vacina de rubéola não é obrigatória aqui mas eu preciso tomar pq esqueci qdo teve campanha. Ela me falou tim tim por tim tim sobre DIU, que seria minha outra opção viável de anticoncepcional, mas me assustou um pouco o conceito e resolvemos voltar para a pílula. Fiz um exame básico de gravidez just in case e nada de físico (se eu fosse um homem querendo virar mulher ela não tava nem aí...). Ela me passou a receita de outra pílula, Levlen ED, me mandou voltar depois dos 3 meses pra saber como ando, pra outra receita e papanicolau e pronto. 28 dólares.

Fui na farmácia em seguida e aí tive a boa surpresa número 3: a pílula para 3 meses, três cartelinhas bonitinhas, 4 dólares. Sim. 04 dólares. As três juntas. Tá bom pra vc??

3 meses depois, duas semanas atrás liguei pro Centro médico pra marcar o retorno com a Dra. Margit, mas ela estava de férias (school holidays) e por motivo de conflito de agenda, não ia rolar o retorno antes da minha última cartela acabar. Não tem pobrema nenhum, diz a mocinha, fala com a enfermeira. Falei com Nurse Jude, ainda no telefone, que me perguntou como estava, como me sentia, e que ia me dar só mais 3 meses de receita pra eu poder voltar a falar com Dra. Margit pra fazer o acompanhamento certo, era só eu passar lá e pegar o papel e se eu quisesse ela já pedia pra farmácia entregar o remédio (pq Rakaia não tem farmácia, só Ashburton).

Desliguei o telefone, pedi pro Gordo que ia sair à tarde passar lá em Rakaia e pegar só a receita ( $18 pela nova receita) e comecei a fazer almoço qdo o telefone toca. Era a Nurse Jude de novo. Pediu pra eu, assim que tiver um tempinho ou estiver passando por lá, parar no Centro Médico e medir minha pressão, só pra monitorar, pq eu estou usando essa pílula a pouco tempo. Não é a coisa mais fofa que vc já ouviu?

E mais 3 meses de pílula: $03 dólares dessa vez.

(ave e toda essa lenga lenga só pq eu queria contar que a pílula custa 3 dólares pra três meses. E, curiosamente, os kiwis têm pencas de filhos.)

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Snow Patrol

A vida por aqui segue mto mto bem, obrigada. Eu estou trabalhando mto, o Gordo tb, a casa cheia, meu pé doendo de ficar de pé o dia todo, o pessoal por aqui tentando se encontrar na vida, nos dias de folga a gente passeia, conhece alguns lugares e revisita outros preferidos.
Tudo em ordem, graças a Deus.


Ontem no htl eu ouvi um papo que hj ia nevar e ia nevar mto e ia ser baixa* . "Mas qto, Max - lavador de pratos consultor para assuntos gerais - tipo, devo ficar preocupada?? " . "Melhor trazer uma muda de roupa caso fiquemos snowed-in". AAAARRRGGGHHH Pânico.

Não porque ia nevar. Mas porque eu ia ter que ir dirigindo e voltar dirigindo às 20h, já escuro. Oh god. O plano: Gordo leva e traz. Ótimo, ufa, resolvido. Pq a chuva eu até encaro, mas o gelo na pista me dá calafrios de tensão e medo.
Então hj ele foi me levar, entrei meio-dia. Já no caminho, gelo. Durante a tarde, neve neve neve, incessante, branca, soprando e acumulando em todas as folhinhas e gramas do green. Eu fui ficando mais nervosa a cada minuto, pq o Rô ia ter que voltar pra me buscar e eu não sabia como estava a estrada lá pra baixo e nem como eu ia conseguir dormir se tiver que ficar por lá.
Lá pelas 16h, meu chefe falou que eu podia ir a hora que eu quisesse, pq eu já estava absolutamente freaking-out. Modo pânico total. Liguei pra casa, mas logicamente, o milk da tarde atrasou e ele tb. Só saiu às 18h30, me ligou, falei pra ele ter cuidado e que tava tudo branquinho branquinho por aqui.

Entçao eu continuei meu trabalho normal, umas mesas bem divertidas, leva entrada tira prato serve vinho oferece sobremesa. Os clientes aqui são bem tranquilos e vivem me fazendo perguntas sobre o Brasil. Hj uma mesa me perguntou se eu achava que a seleção ia ganhar a Copa. " Lógico!Existe alguma dúvida?" . "Pode ser que nem a NZ e a Copa de rugby." Que todo mundo acha que vai ganhar mas não ganha...engraçadinho.

Voltando ao assunto, de repente olho lá fora na sacada e vejo 7 criaturas passando frio lá fora. Gordo, Flávia, Taio, Mariele, Zé, Teta e Dai, vieram com ele ver a neve que eu passei o dia temendo.

Ficaram lá, brincando, tirando foto, cansando de ver, tocar, comer, fazer boneco, anjos, tudo o que se faz na neve a primeira vez que se vê. Pena que qdo saí, estava cansada e fui direto pro carro, onde eles já me esperavam gelados e contentes.
Vendo as fotos agora, é alegria pura e infantil que aparece nos olhos de cada um. Saber que pude proporcionar isso, essa experiência linda e mágica de neve branquinha e imaculada, foi um final de dia perfeito para um dia que começou tenso.




*Neve baixa significa que estava nevando em baixas altitudes. Normalmente a neve vira chuva antes de chegar na gente, só lá em cima na montanha, mas hj estava em ponto de congelamento até bem baixo. No htl nevou, na fazenda choveu. Conforme fomos subindo, a neve foi aparecendo.

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Primeiras impressões

Antes de tudo, preciso dizer que vou ter que tirar todas as músicas da Norah Jones do meu mp3player, pq toca no restaurante o dia inteirinho e até eu enjôo.

Mas tirando isso, amo muito. Estou super contente. Hj fui fazer o grand tour do hotel, que tem vários campos de golf, arco-e-flecha, tiro ao álvaro - clay-pigeon shooting, mas "tiro ao pássaro de argila não soa tão bem - spa, recreação infantil, etc. Sem falar que fica pertinho da montanha pra ski e snowboard. Mas o negócio é o golf.
As acomodação podem ser casas gigantescas - challets - ou apartamentos gigantescos - villas. Ambos com múltiplos quartos, cozinha completa, banheiros, banheiras, churrasqueira, mesa de bilhar e mtas outras coisas super legais que me fizeram ter vontade de ser milionária e comprar um challet.
Restaurantes são dois: Avoca, que é um restaurante de verdade, chique, só jantar, com velas e 3 taças na mesa e Tilleys, que é estilo café, com menu mais informal e drinks, para almoço e lanches.
E a equipe de A & B é pequena, mas super legal. Katie, Michelle, Michelle #2, Caroline, Paul, Andy, Chris, Jenny, Jo, Nicola, Dee, Lauretta, Margaret, Max, Danielle, Rachel, Maria (outra), Tom, Richard, Stuart. ufa, acho que não esqueci ninguém. E acho que só metade deles são kiwis. Tem ingleses, escoceses, irlandeses, brasileira.

Eu estou me divertindo, aprendendo um monte e me acostumando a um ritmo beeeem mais devagar que o conhecido.

E claro, mico da semana: hj estava uma super neblina de manhã, qdo fui trabalhar. Acendi os faróis, lógico. A hora que saí do trabalho, o carro estava sem bateria. Lógico, esqueci os faróis acesos. Deus abençoe meu santo marido.
Mas qdo entrei de novo no restaurante pra pedir um sanduíche enquanto esperava ele chegar, todo mundo me disse que tinha cabo de bateria e que poderiam me ajudar. Tão fofos!

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

What a difference a week makes

**Aviso: post levemente emo mas com notícias**

Então oficialmente estou trabalhando. No restaurante daqui ó: www.terracedowns.co.nz

Não sei se consigo explicar a sensação de voltar à força de trabalho depois de 1 ano parada.

Não é que minha vida como dona-de-casa fosse ruim ou chata ou monótona ou forçada. Não é isso. Porque não era/é: eu acredito que fazer de uma casa um lar é um dom e como qualquer outro, precisa de amor pra crescer e traz uma satisfação imensa. Eu tenho orgulho de dizer que minha casa estava/está sempre limpa, confortável, arrumada, com roupas limpas e todo mundo muito bem alimentado e cuidado. E sim, se eu tiver que e puder, daqui a X anos, ficar em casa ou trabalhar pouco para criar meus potenciais futuros filhos, vou fazê-lo sem peso na consciência, sabendo que é uma escolha como qualquer outra.
Demorei mto tempo pra fazer as pazes com esse tipo de escolha, se "acontecida" e provisória ou racional e consciente ainda não sei, mas agora entendi que "toda experiência é mesmo válida" e esse ano de ócio me trouxe crescimento em aspectos antes subestimados principalmente humildade, dependência e auto-confiança, pela presença ou falta deles em determinados momentos.
E paciência pra entender que as coisas acontecem na hora certa, sem apressar ou sofrer, independentes do que as outras pessoas estão fazendo no mundo.

O que me leva ao assunto inicial: voltei a trabalhar pq estava na hora. E estou feliz sem-tamanho. Sou "só" uma garçonete, mas tudo bem, porque sou também mto boa nisso. E adoro viver nesse mundo de portas basculantes, conversas surreais, aventais na cozinha e comida passeando.
E saber que faço alguma coisa para o mundo, que contribuo para alguma coisa fora dos limites da minha casa, me faz mto bem. Me faz sentir mais alta, mais orgulhosa, mais inteligente e mais. (um pouco mais rica tb, if i might add.)

Pq passei mto tempo sem ambição e com medo do mundo, mas não mais. Estava na hora.

E se vc está se perguntando como eu chego lá, digo já: vou dirigindo meu carro na estrada vazia porém cheia de curvas. Não passo dos 80km/h,mas prefiro os 70km/h. Na ida canto em inglês e na volta canto em português pq o rádio ainda não funciona. Não olho pro lado pra não distrair. Fico com as duas mãos no volante o tempo todo na posição dez pras duas e mal encosto no banco, mas chego everytime. On time.

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Caso vc não tenha reparado

Ou essa seja a primeira vez que vc passa por aqui, fiz faxina de novo! Tá mais pra reforma do que faxina, mas serve. Foi em homenagem ao Mário que resolveu reativar o blog dele (Whyke in Wonderland) e passou por aqui.

Ainda não me acostumei com a vida de casada. Esse negócio de mudar de nome é bem confuso.
Mas deixar de ser um pra ser dois é bom demais.

"You know you're in love when you can't fall asleep because reality is finally better than your dreams." -Dr. Suess

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Baby you can drive my car

Compramos um carro pra mim! Agora estou devidamente motorizada, além da batedeira e do aspirador de pó, lógico.

Porque vou começar a trabalhar semana que vem, num htl 25km daqui (mais detalhes qdo eu os tiver) e meu marido estava entrando em parafuso junto comigo sobre o meu direito de ir e vir. É de conhecimento público que eu odeio dirigir tanto qto o Harry odeia o Snape e tenho tanto medo qto o Ron de aranhas.
Eu precisava ir e nosso carro é manual, tornando a tarefa bem mais dolorosa pra mim, sem falar que eu ia deixá-lo sem veículo ou possivelmente macular o nosso carrinho tão bonitinho.

Então compramos um carro ainda mais lindo que o nosso he he he. É um Mazda Cronos 1994 (o Rô agora está querendo se matar, pq o dele é 91) azul-que-muda-de-cor-e-fica-verde-e-roxo, AUTOMÁTICO, aromatizador Glade Girlie cor de rosa, balas no console, cup holder, limpinho, sem marcas, ferrugem ou arranhões e com um chaveiro lindo que ganhei de aniversario ano passado, de pedras verdes. Isso é o que importa. Para motor e outras especificações, pergunte pro Rô.

Mas vamos às fotos:

Registro





Conteúdo:
6 sanduíches de queijo e presunto
1 maçã
2 bananas
1 garrafa dágua
1 tomate fatiado
1 cenoura com sal
1 pacote de batatas chips
1 chocolate ao leite
1 sanduíche de queijo com banana (eu adoro e fui eu quem montou a cesta tá?!)

Não tem foto dos tombos (Graças a Deus...) mas dá pra ver o que rola no Mt. Hutt.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Vini vidi vici ou Grande Chefe Calça Molhada

Acho que já escrevi um post com esse título, mas anyway...

Fomos esquiar hj!!!! Yey!!!
Flávia esquiou, Taio, Gordo e eu snowbordeamos no Mt. Hutt cheio.
Inicialmente o plano era ir com o Sandro, Helen e Lara, pq a escola da Lara ia levar as crianças e nós íamos junto. Mas o Sandro teve que trabalhar e a Lara "cabou que num foi" mas nós fomos assim mesmo.
Chegamos beeeem cedinho, umas 9h, junto com uma multidão de crianças encapuzadas e encachecoladas apesar do calor (7 graus!! calorão). Levamos cesta de picnic com almoço, roupas extras e meu snowboard lindo, que afinal é um pouco mais difícil de usar do que eu imaginava. Nos arrumamos e fomos para a neve, num dia azul e ensolarado, perfeito.
Então foi assim: eu e o Gordo subimos no Magic Carpet (que é a rampa mais easy, lotada das crianças já mencionadas) usando a esteira rolante e começamos a descer. Uns 4 segundos depois eu estava estatelada na neve, com dor de cabeça e nas palmas e na dignidade, depois sentada tentando soltar a bota do board pra levantar. Molhando a buzunfa.
Deus abençoe meu forte marido, levantei lá no meio e me ajeitei no board de novo. Passados 7 segundos, mesma coisa. Estatelada face-down, dignidade perdida, etc e tal. Buzunfa molhada.

Decidi encerrar minha carreira em esportes radicais there and then, pq me poupe pagar pra me machucar e/ou deixar meu marido desempregado e aleijado. Ficamos no café, assistindo as pessoas coordenadas e as crianças intrépidas, tomando chocolate quente e esperando o Taio e a Flávia, beeem mais coordenado que nós dois.

Mas sinceramente, dei tanta risada que valeu a pena até a tensão de subir até lá em cima do Mt Hutt sem guard-rail. Tiramos foto pra provar que fomos e pronto, tá bom.

Lá pela hora do almoço, descemos e fomos pra Chch.

Eu e o Gordo cortamos o cabelo no shopping da loja de bala e o meu ficou ótimo, tirou as pontas duplas e até parece de gente. O do Rô...digamos que ele ficou com o cabeleireiro raivoso que descontou toda a frustração do dia nele. Vai ficar de boné uns dias, até o cabelo crescer que é melhor.

sábado, 12 de setembro de 2009

Pastel da feira, de palmito ou calabresa com queijo
Linguiça calabresa, com e sem trema
Caldo de cana, com ou sem limão/abacaxi
Água de coco
Palmito
Goiaba
Jabuticaba
Tapioca de coco com leite condensado
Codorna ao forno
Farofa com e sem banana
Guaraná Dolly
Folha de mostarda refogada
Bolacha Chocolícia e Bono de chocolate
Ana Maria com recheio de baunilha
Pinhão cozido
Esfiha de carne, queijo, normal ou folhada e pode ser até do Habibs
Babaganoush do Kebab Salonu
Pão de mel com cobertura de chocolate da Amor aos Pedaços
Salada com molho caesar acompanhando o lanche no McDonalds
Top Sundae de chocolate com cobertura de chocolate do McDonalds
Castanha portuguesa
Croissant de presunto e queijo da Benjamin



Sem chance. Sem substitutos. Sem a menor possibilidade num futuro próximo. Ai que fome.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Longing

Hj não tenho nada de emocionante pra contar. A vida continua, eu mandei uns currículos por aí, nossa casa está cheia ainda, ontem tentamos subir no Mt Hutt mas estava fechado por causa do vento (Strike 3 já; tá difícil ver neve viu!!), fomos no Lake Coleridge fazer picnic no carro por causa do vento, enfim, tudo anda bem. Saúde, teto, família e comida, temos tudo.
Tenho até um pôr-do-sol cinematográfico aqui atrás de mim.

Mas hj, não sei por quê, meu coração está com um buraco gigantesco, uma cárie de saudade.
Meus amigos, meus pais, meu irmão, sogros, cunhados. Não necessariamente nessa ordem. Todos estão fazendo uma falta quase insuportável. Um peso que fica no peito, de não falar o suficiente, de não telefonar, de não saber as bobagens cotidianas das pessoas pelas quais, no segundo post desse blog, eu avisei que voltaria.
E agorinha, com Josh Groban cantando "You raise me up" e depois de ter visto e revisto todos os sorrisos nos álbuns do casamento, o buraco quase pulsa e me joga dentro do avião.

Então é isso. Se vc está lendo isso e me conhece, perdão por não ligar. Mas me manda um email, scrap, txt, recado no msn, pombo-correio ou cartão postal de onde vc está. Me conta o que aconteceu ontem no almoço e como estava o engarrafamento na 23. Qual filme vc pegou pra assistir no fds e como foi sua última prova na pós ou como vai ser a prova da residência. Como está sua mãe e seu namorado e seu irmão. Me fala da celebridade que vc viu saindo do restaurante e do seu último projeto no trabalho, um chefe pé-no-saco, seu carro na oficina ou da unha que vc quebrou abrindo a porta.
Me conta qualquer coisa, só pra eu fazer de conta que estou aí e que a saudade não dói tanto de vez em quando. Por favor.

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Coração de Mãe ou Casa da Sogra?

Do dia 18 de agosto pra cá, a população da minha residência neo-zelandesa aumentou exponencialmente. Pulou de 2 para 7 pessoas. Infelizmente, a quantidade de banheiros não multiplica magicamente. Continuamos só com um.

Nome aos bois: Eu, dispensa introdução. Rô, idem. Jairton e Jana, já moravam conosco anteriormente, estavam de férias no Brasil. Com eles veio o Zé Carlos, amigo da Jana de São Pedro. E uns dias depois, o Taio e a Flávia, chefe-escoteiro e amigo de muitos anos dos meninos. Todos vieram tentar a vida nessa ilhazinha no meio do Pacífico.

A expressão "deer in a headlight" sempre retrata mto bem quem chega, uma cara de assustado, deslumbrado. Depois de um ou dois dias melhora, com mta (mta mesmo. Tipo, estou quase rouca) conversa, explicação, passeios em Chch e Ashburton e uma ida ao pub. Já estou ficando craque no roteiro de new-comers: conta no banco, IRD, imigração, cartão telefônico, celular, roupas de frio, salvation army, countdown, warehouse, papel higiênico vai no vaso não no lixo, shampoo do Brasil deixa o cabelo estranho, cerveja é esquisita, mince pie é ruim e cachorro quente é salsicha empanada.

Sábado agora chega mais um casal, o irmão da Mariele recém-casado. Mas eles não são da minha alçada nem vão ficar aqui em casa, porque, convenhamos, colchão na sala já é demais.

sábado, 22 de agosto de 2009

La la la la la life is wonderful

Primeiro aviso que o título do post só foi aí colocado pq essa música tá na minha cabeça há um tempão e não quer sair, nem com aviso de despejo. Quer tentar? Life is wonderful, by Jason Mraz (mas parece John Meyer).

Apesar disso,esse éum post super feliz. Chegou meu visto novo!!!!!

A imigração da NZ são meus anjos e carrascos: odeio lidar com eles por conceito, mas eles sempre me surpreendem.

Quando mandamos osdocumentos do Gordo, recebemos uma notificação que o visto dele sairia em 70 dias. No 69, já estava disponível online, e no 70, na caixa do correio, passaporte pronto.

O meu, que é um visto baseado na nossa relação (Partnership-based work permit), foi muito além das expectativas. Deixamos os documentos na terça na imigração e na quinta acho que já estava aqui na fazenda. Eu, que não estava nem um pouco esperando, só fui olhar a caixa na sexta a noite e lá estava, não a notificação de recebimento dos documentos, mas o visto, prontinho, passaporte e minhas fotos de volta.

Queria aproveitar pra contar que tirar esse visto não é nada fácil e eu tive que mandar um calhamaço de documentação: comprovantes de viagens juntos, de correspondência no mesmo endereço lá e cá, propriedade conjunta do carro, conta conjunta no banco, certidão de união estável e casamento, cartas do Rô pra imigração dizendo que ele me ama e não pode viver sem mim senão fica sem roupa limpa, carta de pais e amigos e chefe dizendo que nós somos mesmo um casal e até bonitinho e fotos de várias épocas da relação e do casório.

Agora, resumindo a ópera, estou com um visto que me permite trabalhar em qualquer lugar na NZ, válido até 04 de agosto de 2010. Sinto um peso imenso levantado dos meus ombros.
Eba!!! =)

terça-feira, 18 de agosto de 2009

A foggy day

Hj, folga do Gordo, fomos pra Chch com um excelente propósito: levar a minha papelada do visto e colocar na caixa.
Antes, precisávamos tirar uma cópia autenticada do passaporte dele e de uma assinatura de um juiz de paz num dos formulários, então nos dirigimos à Courthouse, no centro, bem pertinho da imigração. A velhinha da porta era uma fofa e nos encaminhou à outra velhinha, a juíza de paz, que me parecia muito em paz mesmo, no meio do buxixo (ou buchicho??) de pessoas resolvendo suas pendengas com a justiça. Nada de confusão, só bastante gente esperando ser chamada e seus advogados com crachás.
A outra velhinha também era uma fofa e resolveu tudo num instante, voltando logo à paz do seu livro e ao seu colar de pedras coloridas.

Resolvido isto, papéis na caixa, ai meusantoantonio e minhanossasenhoradesatadora me ajuda a desatar isso logo, almoço no japonês. Dou um petrol voucher* para quem adivinhar o que eu fiz depois, ali, no meio da praça.

Patinei no gelo. Num rinque de patinação quase vazio, exceto por um casal fotógrafo e uma dupla de meninas. O Gordo ficou de fora, só espiando, pq a nossa primeira experiência no gelo em Monte Verde, MG, há mil anos atrás, não foi tão legal pra ele. Mas pra mim foi demais de divertido e bastante cansativo tbm. O gelo estava bem gasto e irregular e eu estava meio medrosa, então demorei pra largar a barra e não desenvolvi tanto assim, mas consegui voltas inteiras sem segurar e não caí nem uma vezinha.

Adorei mto e fiquei com dó que o rinque vai ser desmontado logo logo, mas me senti vingada de não ter ido esquiar ainda. Mas deixe estar que nós vamos, afinal, agora eu sou a feliz proprietária de um snowboard completo! Seria uma desfeita pra Carola não mandar nenhuma fotinho esquiando né??

O resto do dia foi chuvoso e feio, mas repleto de memórias d'antanho, de um tempo de piscinas, sítios, escola, família distante e distante.




*Petrol voucher: cupom de desconto recebido a cada compra acima de $40 dólares nos supermercados. Varia bastante, mas normalmente, o desconto é de 4 centavos por litro de combustível. Tem vezes que chega a 15 centavos por litro de desconto, para compras acima de $200 dólares. Só alegria!

Loo

Aqui na NZ, praticamente todas as cidades, pelos menos aquelas grandes o suficientes para abrigar pelo menos uma general store afiliada aos correios e um posto de gasolina - ter um pub sendo o primeiro critério pra ser chamada de cidade - abriga também um banheiro público, sempre no centro da cidade, de facílimo acesso e conhecimento geral da população local. Ou dois, masculino e feminino.
E devo avisar as professoras de inglês por aí que ninguém fala "restroom" ou "bathroom". Aqui é toilet. Não pronunciado "toalete", como nos indicam as plaquinhas de churrascaria no Brasil afora e afrancesado, mas sim tóiletch. Ou ocasionalmente, "the loo", mas muito ocasionalmente.
Antes de começar, devo avisar que só visitei o lado feminino desses estabelecimentos e só por eles posso garantir informação. Do outro lado, só ouvi falar.
São sempre limpos, organizados, nunca falta papel higiênico, o dito não é modelo lixa e o lixo nunca está transbordando. O lixo, como conhecemos, não existe. Todo o papel é descartado no vaso e os outros itens que possam vir a se apresentar, são descartados numa lixeira pequena, com tampa modelo boca-de-lobo: vc deposita o item numa gaveta, fecha a tampinha e num passe de mágica, sumiu, para dentro do recipiente que é mantido com algum tipo de sanitizante e que as pessoas responsáveis pela limpeza não podem abrir simplesmente e recolher.

As pias têm (momento de dúvida sobre a nova grafia da língua portuguesa) água quente às vezes e sabonete sempre e raramente se encontra papel para secar as mãos, sendo utilizado o secador elétrico com ventinho quente.

Alguns desses banheiros viraram marcos da cidade e atração turística, como esse daqui que fica em Bay of Islands na ilha norte e foi desenhado pelo arquiteto Frederick Hundertwasser e agora é o banheiro público mais fotografado da NZ, com toda a razão.





Eu me lembro do banheiro de Waimate, que tinha na porta um banco com uma estátua de um homem, que parecia muito o banco do McDonalds da Henrique Schaumman, com o Ronald estátua perpetuamente sentado.
Ou o banheiro de Chch, que fica no terceiro andar de uma construção na praça da Cathedral, mas todo mundo sabe onde é. E em Auckland com seus banheiros tecnológicos ao lado do ponto de ônibus, umas caixas de metal totalmente auto-suficientes. Por muito pouco o vaso não tirava sua calça pra vc. E em Palmerston North, maravilhosos banheiros art-deco, lindíssimos e gigantes.

E seu ponto, Maria Fernanda?? Calma, tá chegando.

Semana passada, uma cidadezinha na ilha norte que eu tive a sorte de passar virou notícia por causa do seu banheiro público.
A cidade de Bulls quer doações e fundos para reformar seus banheiros. Querem fazer do prédio um símbolo turístico e marco da cidade.
Querem construir um prédio em formato de touro. Mais especificamente, da parte traseira de um touro. Strong like a bull, como diz o Brent.

Não, eu não estou brincando.

Eu acho que não vai rolar, mas prometo ir lá de novo se fizerem só pra tirar uma foto.



sábado, 8 de agosto de 2009

Mudanças

Adoro rearranjar os móveis da casa. Como a minha casa tem poucos móveis e ainda menos possibilidades de rearranjo, resolvi rearranjar os móveis daqui.

Viram as listinhas aí do lado?
Adoro fazer lista. Sinto que vou fazer mtas mais, então se vc tiver uma boa idéia para uma lista, pode mandar!

E já que estou nesse assunto, uma confissão: eu sou interneticamente-impopular....escassos comentários no blog, poucos seguidores no Twitter, pouquíssimos amigos no orkut, quase nenhum seguidor no blog, raros contatos no msn e meia-dúzia de gatos pingados que me escrevem emails. Meia-dúzia sendo arredondamento pra 3. Incluindo meu pai e minha mãe.

Zoloft está entrando na minha lista de supermercado.

Comenta aí vai. Porrrr favorrrrr???? De joelhos me arrastando no chão fazendo olhar de gato-de-botas??? Pretty pretty please with sugar on top????

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

All Blacks X Italy







Rugby é muito mais divertido de assistir do que futebol, sério! Pena que não tem muitos jogos aqui em Chch.
Esse, do All Blacks X Italy, foi super legal. Do lado de fora do estádio foram colocados vários carros italianos enfileirados, ferraris, maseratis, e todo mundo parava pra tirar foto.
Teve uma encenação antes do início da partida, o Haka, lambretas dando voltas olímpicas, e eu, anta, cantando o hino da itália a plenos pulmões enquanto o kiwi ao meu lado me olhava torto, com toda a razão!!
E na nossa frente, haviam 4 senhores sentados comentando o jogo, "iguar-que-nem" um outro quarteto de búfalos que conheço. Morremos de (saudade) dar risada!

Lógico que os All Blacks ganharam e aos poucos nós entendemos melhor as regras. Já quase faz sentido!

Momento fotos







Porque faz um tempão que eu não posto fotos, vou colocar as minhas preferidas pra dividir com o resto do mundo!

Mas tem post novo embaixo desse tá? Pode continuar lendo.

Happy New Year!!

Aleluia aleluia glória a deus aleluia.

Chegou o visto do Rô essa semana!!! Mais um ano inteirinho, até o dia 4 de agosto de 2010. Estamos mega contentes e fomos comemorar no Robbies em Ashburton e depois Ju e Tati, que finalmente voltaram do Brasil, vieram aqui em casa.

E no dia seguinte fizemos uma festa chocolatística, inaugurando a fantástica fonte de chocolate que ganhamos do supra-mencionado casal. A minha criança interior ficou dando cambalhotas de alegria ao ver o chocolate escorrendo e perfumando a casa inteira. Hummmmmm......

Toda a papelada do meu visto está pronta, e não é pouca coisa, pra dar entrada na próxima folga do gordo. Só falta tirar foto 3x4.

E numa nota um pouco mais triste, isso do visto dele vencer em um ano, significa que não vamos voltar pro Brasil pelo menos até agosto de 2010. Sad, we know, but needed.

sexta-feira, 31 de julho de 2009

Dog Sitting

Primeiro foram Rock, Diesel, Sushi o gato e the fish in the little pond por uma semana na casa do Mark, nosso vizinho. Com poltronas superconfortáveis e uma tevê de tela plana gigantesca com Sky movies e video-games. Mark, Tony e baby Chloe-Lynn são fofíssimos e nos deram uma caixa de bombons, um quadro lindo com motivos maori e um cartão de agradecimentos de vaca que foi o ponto alto da experiência. ,

Depois foram Chase e Missy. Carnívoros e carinhosos, 20 dias na casa do Brent. Eles são grandes, pesados e dormem na cama. Vc já dormiu com dois pit-bulls na mesma cama? Não basta estar em cima da cama. Eles precisam encostar em vc. Só que cada um com quase 30kg, empurrando pra fora, até que eu precisava levantar, dar a volta e entrar de novo do outro lado. Maridão desistiu na segunda noite e se mudou para um colchão no chão, covarde! A casa é igual a nossa, estranho estar numa casa igual porém diferente. Mas os cachorros são os filhos do Brent e foi uma imensa responsabilidade cuidar deles. Eu saí da segunda experiência mal-dormida e com uma mordida no braço. Nada grave, só um buraquinho no pulso, resultado do salvamento da cahorrinha de bolso da Dawn, que tb levou umas mordidas. Estamos todas bem agora, eu, Dawn e Bella, a cachorrinha.

Meg, a gata da casa, Jack e Obama, os gatos, ficaram com o Juliano esse tempo todo e enquanto Ju estava no Brasil, ficaram com a roommate gigante dele. Impossível conciliar cães e gatos, mesmo se amamos os gatos muito muito.

Agora, por 3 dias, é a vez do Scooby. Ele é a coisa mais fofa, simpática, alegre, pulante e pequena desse mundo. O jack-russel (pense no Milo, do Máskara) da família Alves - Sandro, Helen e Lara - vai ficar conosco enquanto eles vão passear em Blehneim. Ele corre em volta do sofá deseperado, pega uma bolinha perereca e me dá de presente, arranca a pantufa direita do meu pé e aparentemente está super confortável. Ele ama o Gordo de paixão e é recíproco.

Eu tenho certeza absoluta que não podemos ter pets aqui na NZ, por motivos práticos. Mas esse pessoal esfregando na minha cara como é legal ter animais me mata de vontade!

E digo mais: esse monte de gente largando seus filhos com a gente é testemunho que somos um casal legal e responsável! Não matamos nenhum até agora. Nem os peixinhos que moram no laguinho do Mark. E eu tenho um certo histórico de matar peixinhos...

Ressureição

Sim, estamos vivos e bem! Peço perdão pelo imenso hiato de posts, mas essa que vos fala estava sem assunto, sem inspiração, sem palavras e no geral, travada pra escrever. Bem, travada não é tão verdade assim. Nesse meio tempo, descobri o twitter e as maravilhas de estar a 140 caracteres das celebridades.

Mas a falta de assunto é verdade. A rotina toma conta das horas e uma falta de propósito toma conta da minha rotina.

sábado, 16 de maio de 2009

Primeiro sobre o casamento

" I'm lucky I'm in love with my best friend
Lucky to have been where I have been
Lucky to be coming home again." (Lucky, Jason Mraz e Colbie Caillat)


Foram quase dois meses no Brasil, aproveitando cada segundo com moms e dads e planejando o casamento e comendo tudo o que podíamos e não podíamos. E passeando mto. Andando de ônibus, de táxi, de carro, a pé, pra lá e pra cá, tirando foto com a câmera e com os olhos, indo pra praia, voltando, indo de novo, resolvendo coisas até dormindo, se preocupando com coisas aparentemente absurdas ou sem cabimento, como a possibilidade de chover no dia do casamento ou abotoaduras ou flores de lapela ou se o sapato era perfeito ou não.

Óbvio que deu tudo certo. Óbvio. Como não daria? Como era possível que alguma coisa no mundo tirasse a minha alegria no dia de dizer sim, pra sempre, no Brasil ou na NZ, para esse que é o homem da minha vida? Óbvio que esse dia foi perfeito. E esse homem, que agora é a minha família e meu porto seguro, é obviamente perfeito pra mim.

Óbvio que deu tudo certo. E as fotos ficaram lindas, os três lírios do altar não me mataram, o bolo errado não me matou, os docinhos estavam mesmo fantásticos, a falta de algumas pessoas foi notada e sentida, não choveu e as abotoaduras ficaram perfeitas e ninguém reparou no sapato, óbvio.

Agora, óbvio que dá trabalho. Óbvio que deu vontade de desistir lá pelo oitavo orçamento de fotógrafo, vigésimo vestido e quarta mudança de músicas. Óbvio que quis jogar as pastas e orçamentos e decisões pela janela e correr pra Fiji. Pensei em gritar bem alto: Sim, eu caso com ele, ele casa comigo, não tá bom assim?

Aí, óbvio, pensei no meu vestido. Na cauda, no buquê perfeito, no braço do meu pai, no altar repleto de amigos, na lágrima segurada da minha mãe, no lenço, nas alianças, no champagne, nas músicas, no noivo. Que depois teve a pachorra de me dizer que andei muito rápido pela igreja! Óbvio! Quando você descobre com quem quer ficar o resto da sua vida, não quer que o resto da sua vida comece o mais rápido possível??

Óbvio que teremos dias ruins, mas se pra cada dia ruim, eu tiver meio dia bom como esse, já estarei equilibrada. E se eu tiver mais dias obviamente inesquecíveis como esse, eu serei abençoada.

Então óbvio, fiquei. Acordei cedo, fui no cabeleireiro, voltei, me arrumei, fotografei, esperei, comi um quarto de croissant, retoquei o batom e fui. Casei, saímos, celebramos, rimos, abraçamos, nos abraçamos, beijamos, nos beijamos, choramos, rimos mais, dançamos, aproveitamos até a última gota de segundo desse dia obviamente perfeito.

O próximo óbvio melhor censurar.

Óbvio que o dia seguinte chegou. E o outro, e o outro, e as fotos, os comentários, os presentes,
e aí obviamente deixamos de ser noivos, pra sermos marido e mulher.
Então, agora, somos Maria Fernanda Tonioli Mazziotti Macario e Rodrigo Mazziotti Macario.
Sr. e Sra. Mazziotti Macario, obviamente.

Obviamente felizes, muito obrigada!

quinta-feira, 19 de março de 2009

Câmbio desligo

Não estou encerrando o blog...é só uma pausa.
Esse é o meu último post diretamente de terras kiwi: daqui a pouco embarcaremos rumo à Auckland e de lá, casa.

Mas eu volto, com mtas mtas mtas novidades e um butijão de gás pra começar de novo a vida aqui na NZ. Enquanto isso, veja como estamos no site do nosso casamento! =)

Foi um turbilhão de emoções, um aprendizado inexplicável e uma mudança de vida além do imaginado. Foi também um prazer imenso poder dividir todas as agruras e alegrias da nossa quase-anônima vida.

Se você prometer voltar aqui pra saber da gente, a gente promete escrever quando voltar. Um beijo!

quarta-feira, 18 de março de 2009

Terapia Ocupacional

Por acaso do destino, estava lendo intermináveis tópicos de casamento numa comunidade do Orkut, e uma das meninas postou um link para um vídeo que ensinava a fazer uma caixinha bem bonitinha de papel (bem-casados...agora tá na moda por na caixinha.). Eu entrei lá e constatei que o vídeo ensinava a fazer origami.
Adoro origami. Na escola, me ocupava fazendo minúsculos barquinhos de papel. Minúsculos mesmo, usava a ponta da lapiseira pra ajudar a dobrar. Meu repertório não é mto vasto, mas me serve bem: barquinhos, estrelinhas gorduchas, baleias, sapinhos. E agora, com a antes ignorada ajuda do iutchúibiu, aprendi a fazer 3 tipos de caixinhas e 4 flores diferentes!

Acredito muito em sincronicidade: voltei a dobrar papel bem dois dias antes de enfrentar um vôo de 17h. Adivinha o que vou fazer no avião-lata-de-sardinha-com-telão-ruim da Aerolineas?? Eu e a minha revista já semi-depenada (reciclagem, reciclagem!!).

Sem falar que dobrar papel é uma excelente maneira de esquecer que as malas precisam ser feitas, que a viagem é longa, que a saudade é grande e que peloamordedeus tenho tanta coisa pra fazer do casório. Oh céus..

domingo, 15 de março de 2009

Pêsames

Brendon, o nerd de plantão me mandou uma msg ontem que quase me matou do coração: disse que o dano talvez seja irreparável, pq aquela peça faz parte da placa-mãe. Sempre que ouço a palavra "placa-mãe" tenho arrepios na espinha, como se ouvisse Voldemort. É o terror do proprietário de computador ouvir que tem alguma coisa errada com a sua placa-mãe. Deixa a mãe de lado, por favor!!!

O que aconteceu foi o seguinte: sabe o plug que liga a fonte de energia no laptop? Sabe o buraquinho onde ele liga? Já olhou dentro dele? Tem um palitinho metálico que encaixa no buraquinho do plug. Semana passada, sem aviso, o palitinho saiu junto com o plug. Agora o negócio não liga e não carrega, pq não dá contato de energia. Na placa-mãe. Brrr..

Vou ter que procurar um técnico em gambiarra na Sta Efigênia.

H2Ohhhhhhhh

Passamos nosso último fds kiwi na companhia perfeita do Sandro, Helen, Lara, Juliano e Tati.
Sábado fomos resolver múltiplos assuntos em Chch: o Ju está com dor de dente, fomos no dentista com ele ($2500 por um tratamento de canal. Tá bom pra vc?), fomos no supershed = mega-lixão com todo mundo, passeamos no centro um pouquinho, os meninos foram buscar uma camiseta do Crusaders que o Rô comprou via trademe e eu fui com as meninas buscar meu vestido de noiva. ( Tá tããão lindo...)
Sobre esse asunto, acho que mulheres têm visão de raio-X, ou eu estava com um sinal na testa e não sabia. Todas que cruzavam comigo enquanto carregava aquele vestidão pela rua, mesmo dentro da capa, sorriam pra mim! Teve uma que me parou e perguntou se era mesmo um vestido de noiva e me deu parabéns!!
Mais tarde, fomos pra casa da Helen em Methven e dormimos lá a pedido da Lara (ela tem 8 anos e é irrecusável!). Domingão, o dia estava lindo, decidimos ir ver o que era que o Oséias tanto falava de uma tal piscina em Chch. Encontramos ele e outro casal de brasileiros (Antônio e Chiara, super legais) e fomos para o Q.E. II Stadium, a tal piscina fazia parte do complexo.

Se vc está imaginando a piscina pública de Águas de São Pedro, verde feia e lotada, think again. Era um parque aquático e custava só $5 dólares pra entrar, mais nada. Vc pode entrar e não nadar (free) e tb pode entrar e ir nos tobogãs por um adicional de $11. Vamos aos detalhes:

4 tobogãs fechados, de velocidades diferentes e um que dava pra descer de bóia. Uma piscina olímpica com raias, uma piscina de salto, com 5 alturas de trampolim, do mais baixinho ao mais sem-noção. 2 spa pools (banheiras de hidromassagem) uma para adultos uma pra crianças, 1 piscina grande pra gente pequena, sauna úmida e seca, 1 piscina grande com ondas e a última, com correnteza. Sim, correnteza: vc se larga e vai rodando em volta de outras piscininhas com correntezas diferentes (uma ficava rodando que nem água na privada, outra borbulhando que nem água de macarrão). Vestiários grandes e limpos, armários pagos com moedinhas, um café, estacionamento gigantesco, uma lojinha, tudo limpo, novinho, organizado. Viramos fãs e voltaremos com certeza! Ah, e para as meninas que estão querendo saber, sim, os salva-vidas eram bonitinhos. Não que eu tenha olhado, imagina, vou me casar, mas me contaram...hi hi

Tudo isso dentro de um ambiente lindo, nada daqueles azulejos estéreis: as paredes eram pintadas como ruínas com céu azul, colunas de pedras, piso anti-derrapante em tudo, escadinhas, prainha pra entrar na piscina de ondas, lugares pra descansar dentro da água, sinalização e um imenso navio pirata no meio da piscina, com escorregadores. Fantástico!!

Ficamos lá o dia todo, dando risada que nem um bando de crianças grandes e depois, pra melhorar um dia que já estava excelente, fomos comer pizza, com direito à sobremesa.
Já estou sentindo saudade de Chch.

Segundo a contagem do Rô, faltam 2 dias (pq hj já não conta mais, e a véspera tb não conta pq é a véspera).

sexta-feira, 13 de março de 2009

Sobre o Pacífico

A essa hora, daqui 7 dias, estaremos sobrevoando o Pacífico a caminho de casa.

7 dias. Não é nada. É um espirro, uma piscada. Um ano é só o tempo de levantar e abaixar a cabeça, dormir e acordar. Cadê ? Foi indaontem que eu tava me despedindo da minha bolsa verde grande e chorando no ombro do meu pai no meio da rua.

Uma semana, a ansiedade está aumentando em progressão geométrica a cada hora que passa.

Eu tenho certeza absoluta que vou esquecer presentes, roupas que amo, produtos de beleza e por pouco não vou deixar um braço ou um dedão do pé. Mas estamos decididos a levar somente as malas que trouxemos. Oh god, haja estratégia.

Uma semana, depois eu sumo desse blog por 47 dias. Aí vcs vão encontrar a gente por telefone, ligação local, passe em casa, ou no outro site, o do casório.

Ai céus.....quase consigo sentir as bolinhas do guaraná fazendo cócegas no meu nariz.

terça-feira, 10 de março de 2009

Old habits die hard

Eu sou viciada em tv. Confesso. Em seriados. Já comentei aqui do meu problema com o House, que agora acompanho em tempo real com os capítulos inéditos nos Eua, mas existem muitas outras séries que não consigo largar.

One tree hill, Gossip Girl, Grey's Anatomy, Private Practice, ER, Friends, Samantha Who, Sex and the City, Chuck, Two and a half Men, etc.

E Gilmore Girls.


Pode perguntar por meu pai. Eu assistia 2 ou 3 vezes ao dia o mesmo episódio. Eu já assisti todas as temporadas umas 8 vezes cada uma e chorei qdo acabou. Manjo tudo e rio e choro e sofro como se elas fossem minhas amigas de infância. Sou igualmente apaixonada pelos meninos da série, Jess Dean Max Luke Logan Christopher. Já faz um ano que não assistia e toda vez que passava na loja e via as caixas de temporadas, ficava suspirando pq queria todas.

Até que o grande deus da programação televisístiva resolveu atender minhas preces. De maneira totalmente acidental, descobri que segunda feira ia passar um episódio. Montei minha barraca na frente do tubo e desliguei o mundo exterior, enquanto assistia o capítulo piloto, cheia de expectativas. E na terça passou o outro, e o outro e o outro. Nessa altura já viciei de novo e levei mais uma comigo: a Tati já baixou 10 episódios da primeira temporada e está aqui atrás de mim, tentando me alcançar no cap. 08 pra gente começar a ver juntas.

Amo Gilmore Girls.

P.S. Sincronicidade: no mesmo dia que começou a passar na tv, antes eu escrevi lá na minha lista de desejos do site de casamento que eu queria ganhar todas as temporadas! E outra: ontem fomos levar o laptop pro conserto (de novo - problema na fonte) e o nerd tinha mudado de endereço. Sabe qual a nova rua dele??? Gilmore Place. Juro.

sábado, 7 de março de 2009

Dia internacional da Mulher

Uhu! Parabéns pra mulherada!!!

Vou aproveitar a deixa pra falar um pouco sobre o universo feminino da NZ, que eu achei bastante peculiar.

A NZ foi um dos primeiros países do mundo em termos de reconhecimento da importância da mulher no mercado de trabalho e na política. Quando eu cheguei aqui, ano passado, a Primeira Ministra era Helen Clarke (feia de dar dó, coitada), que vou substituída na eleição em novembro. Existem partidos que fazem questão que seus representantes principais sejam mulheres e praticamente não há distinção de sexo nessa área.

Segundo o anúncio de vibrador (yep!) que vi ontem em Ch, existem 35mil mais mulheres do que homens na cidade. Nas fazendas, a mulherada pega pesado mesmo, sem dó em piedade, carregando bezerros e semelhantes, se sujando de lama e semelhantes, "iguar que nem" homem.

Acho que por causa da igualdade, não há menção de sexualidade ou sensualidade. Não há "popozudas", mocinhas, meninas meninas. O universo adolescente segue os modelos britânicos de violência, bullying e estranhamento, mesmo entre meninas. Existem as meninas kiwis, loiras, e as maoris, morenas e grandes. E brigam mesmo! A moda é estranha, com uma distinção clara entre meninas e senhoras, deixando as mulheres do meio sofrendo. As roupas de meninas são cor de rosa, e as de senhoras, pretas. E essas últimas, sempre confortáveis, largas, lisas. Dificilmente vejo estampas ou uma modelagem mais ousada. As blusinhas, mesmo regatinhas, são compridas e as calça tem cintura média, nada de cofrinho. Os biquínis, já comentei, são horríveis, com regatas ao invés de bustiês e as calcinhas tem bundões horrorosos. Os sutiãs porém, são lindos mesmo em tamanhos grandes.

Existem salões de cabeleireiro, de manicures e de estética. Não tem essa de fazer funilaria completa no mesmo lugar. E tudo que envolve beleza é bem carinho, por isso, os corredores de cuidado pessoal do supermercado é gigante e vende todos os tipos de creme e afins. Como em tudo nesse país, é Do It Yourself. Se vire pra ficar manicurada e depilada. Unhas postiças e cabelos bicolores são bem normais, e meninas saindo de casa com oitenta peças de roupa tb é normal (meia calça colorida listrada, shortinho, polaina, regatinha, sutiã aparecendo, blusinha, camisa, jaqueta, cachecol, gorro e luvas) e os sapatos são horrendos, old ladies shoes. Nadica de nada de bico fino. Só sapatilhas rasteiras, chinelinhos, botas sem salto e mary-janes de escola, pretos e pesados.

Os cabelos são..bem...loiros! E bem ralinhos. por isso, ver longas cabeleiras soltas é bem raro, as mulheres costumam usá-lo curtinho e moderno.Depois dos 30 anos, deve ser lei, pq nunca vi nenhuma de cabelo comprido. As maoris que tem cabelo longo e moreno, está sempre preso.

O veneno de escolha da mulherada é o vinho branco, bebido sem moderação e levado para todas as reuniões. Aqui vale o Byob, que é " leve sua bebida pra passear" e elas bebem que nem macho.

As senhoras mais velhinhas ainda saem e trabalham em cafés, supermercados e caixas de banco, e de vez em qdo a gente topa com umas múmias de 327 anos e se assusta, mas a maioria é tão simpática.

Não há cumplicidade e intimidade entre as mulheres. Elas dominam o mundo por aqui, mas é estranho.

sexta-feira, 6 de março de 2009

Pequenas recompensas

Hoje de manha fomos na nossa velha conhecida Imigração em Chch, tirar o Visa que combina com o nosso Permit. É assim: o permit permite que vc trabalha, o visa visa vc sair e voltar para o país sem a necessidade de ter uma passagem de saída ou mto dinheiro na mão. Entao fomos lá. Odeio ir na imigração. Odeio mesmo. Eu era nerd, tenho problemas com autoridades. Morro de medo, mesmo tendo 100% de certeza que não fiz nada errado, que a gente nunca tem né?

O processo é o seguinte: vc chega lá cedo e se apresenta no balcão, a moça te dá uma senha e vc fica aguardando ansiosamente seu número aparecer na telinha e a mocinha lá de dentro liberar a porta de vidro. Eu estou sendo injusta, porque o pessoal do balcão e as moças lá de dentro são bem legais. Tem um bonitinho que já é conhecido da mulherada e tem a canadense que tem uma irmã com um namorado que é chileno e hj conhecemos a velhinha inglesa vesga com um olho no peixe outro no gato. Esse pessoal resolve os problemas e até cai nas mentirinhas que a gente conta de vez em quando. Mas mesmo assim fico horrivelmente tensa. Odeio.

Mas como nem tudo está perdido, a vida nos dá algumas oportunidades de ouro de melhorar a situação. Como por exemplo, o show de mágica cômica que estava tendo na praça quando saimos e a banda da polícia ensaiando com mil gaitas de fole e a lembrança que sábado que vem estará tendo a exposição de flores e vou poder ir ver. E a maravilhosa descoberta do Santo Graal da gastronomia paulista: o pão francês. Sim, hoje comemos pãozinho, com manteiga queijo e presunto. Aqui se chama shell roll.

Compramos umas lembrancinhas faltantes e voltamos pra casa exaustos e felizes!

Hj faltam exatamente 14 dias para voltarmos.

domingo, 1 de março de 2009

Contagem regressiva

Março chegou e hoje já é dia 2!
Isso significa que, mais do que nos últimos 11 meses, minha cabeça está quase pra fora da Nova Zelândia, mergulhada no Oceano Pacífico, lutando contra os tubarões pra voltar pra casa.

Voltar pra casa. Voltar pra casa. Voltar pra casa.

É estranho dizer isso. É estranho porque aqui já é minha casa. Apesar dos pesares, apesar de não estar trabalhando, de morar no meio do nada, de ser obrigada a dirigir, de tudo. Já não há mais estranhamento, a sensação da novidade, o filtro nos olhos ao entrar nas cidades e lojas que já são velhas conhecidas. Ao andar nas ruas, o som é familiar, os nomes, as gírias, o gosto da comida, os horários, a delicadeza, a programação da tv.

Agora o coração se divide entre a saudade acumulada de lá e a saudade antecipada de cá. Contamos os minutos pra chegar no aeroporto e tomar um Guaraná, mas também sentiremos falta da L&P e dos refrigerantes radioativos. Não conseguiremos comer um quarteirão com queijo sem pensar no quarterpounder e no the boss. Fico pensando se pediremos "half-a-kg of the kiwi shaved, please", ao invés de pedir duzentas de presunto sadia e se agradeceremos thanks cheers.

Se ainda saberemos pegar um ônibus e o metrô, carregar o bilhete único, se o trânsito fará sentido, se precisaremos de aquecedores elétricos, a gás, lareira, a óleo. Se procuraremos o lixão pra levar o lixo reciclável, o pine-o-clean pra limpar o balcão, o surf pra lavar a roupa e o mortein pra matar as malditas moscas.

E ao pensar nisso tudo, pensamos nas mães, pais, amigos e amigas que nos viram partir e que estarão lá quando chegarmos. Nos abraços conhecidos, guardados durante o ano todo, abraços de natal, aniversário, feliz ano novo, bebês recém-nascidos. No cheiro de feira e pastel, de 25 de março, de cera de chão e lustra-móveis, de óleo de banho e espuma de barbear.

Nos presentes que compramos aqui, somente lembrancinhas escolhidas a dedo, nas malas que me enlouquecem, na tensão do aeroporto, 16h de vôo, linha de mudança de data, viagem sempre clara, ir depois e chegar antes.

Voltar pra casa. Voltar pra casa. Voltar pra casa.

Casa é onde mora o coração.