segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Send...

And you shall receive.

Pra comemorar que hj é dia 24 de novembro e o meu Natal está totalmente resolvido e enviado com a ajuda da velhinha simpaticíssima de Ashburton (Mães, aguardem pacotes um pouco antes do natal, se tudo der certo), vou colocar aqui o link da propaganda Reconciliation do correio daqui da NZ.

Porque eu choro copiosamente toda vez que assisto. Terrível. Tenho que mudar de canal pra não desidratar. Have fun.

http://www.nzpost.co.nz/Cultures/en-NZ/AboutUs/Sendandyoushallreceive/

Double feature

Milagre dos céus, consegui folgar os dois dias junto com o Rô essa semana. Ainda bem, pq faltavam muitos presentes pra comprar e tinha que ser agora.

Então acordamos cedo e fomos pra Chch, fazer programa de paulistano: passar o dia no shopping.
Chegamos lá e de comum acordo e democraticamente, decidimos assistir 2 filmes no cinema. Um que eu queria mto assistir e outro que ele queria mto assistir.

Ingressos na mão, fomos às compras. Foi excelente, compramos quase tudo, decidimos tudo e entramos na primeira sessão às 14h, eu estava quase pulando de alegria para assistir New Moon. Ele, nem tanto.

Não vou me enganar e dizer que o filme é maravilhoso, pq não é. A mocinha é meio vesga e péssima atriz, a maquiagem é esquisita mesmo e a Rosalie está horrorosa. Mas, por Tutatis, os homens...cada um mais (*bate na boca com a mão esquerda e lembra que é casada*)..... talentoso (?) que o outro. Ai ai ai...

E o segundo filme, 2012. É sobre o fim do mundo previsto pelos Maias e anunciado por um físico na India e tinha tudo pra ser um daqueles exageros hollywoodianos. Ainda é, um pouco. Mas pior que exagerado, é mto realista. Não conceitualmente realista ou real, mas visualmente realista. Tive que fechar os olhos na cena que o Cristo se quebra no meio, pq quase arrebentou meu coração no meio tb, de tão real que era a cena. E foi tenso tb, com mtos momentos de segurar o fôlego sem a gente perceber e só soltar qdo o mocinho resolve tudo.
No final, aprendemos 2 coisas: qdo o fim do mundo chegar, procure o John Cusack. E vá para a China.

E a terceira, preste atenção nos folhetos do estacionamento, pq tomamos uma multa! Num estacionamenteo gratuito!!! Bugger.

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Return to sender

O Limbo Postal. Vc sabe, vc que já assistiu o Náufrago, sabe que a qualquer momento, sua carta ou pacote pode ir parar em L.I.N.S (Lugar Incerto e Não Sabido) ou pior, no vizinho.
Aqui na NZ, os carteiros são velhos amigos dos proprietários de casas e como eu descobri recentemente, fazem a mesma rota a 40 anos. Então, mesmo com o endereço errado ou incompleto, a sua correspondência vai chegar. Pode demorar, mas chega.

Mas nada preparou o sistema postal da NZ ou a relação Brasil-Australásia para a Grande Ameaça da Ordem: a minha mãe.

Ela tem um imenso coração e quis me mandar presentes de aniversário. Até conseguiu postar com antecedência suficiente que pra chegar aqui a tempo. Então mandou 2 presentes: um pacote do Brasil e um pacote de livros, comprados numa loja da NZ, que iam chegar rapidinho.

Não fosse o pequeno detalhe do endereço fictício. O pacote que me foi enviado do Brasil chegou na NZ para um endereço misturado, antigo e novo, obra e graça da criatividade de mamis. E o endereço fornecido para a loja daqui estava certo, mas era o meu endereço antigo. E ninguém mora mais lá, nem os ex-patrões.
Os livros eu consegui recuperar sem mto esforço além de uma troca de emails com a loja e um pacote rebatido em Waimate. Chegaram aqui uma semana depois do previsto, lindos, maravilhosos e depois eu até mandei um email pra loja agradecendo imensamente o serviço.

O outro era um pouquinho mais complicado, pq só Deus sabia onde o pacote ia parar, com nome de rua de uma cidade, nome da cidade de outro e código postal batendo com nenhum dos dois.
Aí, depois de extensa pesquisa no site do correio lá e cá, resolvi que, antes que o pacote batesse e voltasse ou pior, ficasse eternamente perdido no Limbo Postal acima mencionado, precisava ir conversar pessoalmente com o cara e implorar pra ele interceptar qq caixa amarela que aparecesse em Ashburton.

Foi o que fiz, no guichê de Missing Parcels, escondidinho lá no fundo com uma porta que abre na metade e um carteiro ?? (como chama um empregado do correio que não entrega cartas??) hiper simpático que morreu de rir de mim e da minha história e prometeu que ia ficar de olho. Ainda voltei lá umas duas vezes depois, e ele me avisou que tinha contado pra todo mundo e que estava todo mundo no aguardo.

Sexta feira agora me liga Penny, do correio em Timaru (100km de Ashburton, 150km da minha casa, praticamente outro estado), pra dizer que chegou um pacote lá com o meu nome. Dei meu endereço correto e 24h depois o dito estava em casa.

4 pacotes de chocolícia, 3 AnaMarias com recheio de baunilha, 1 farofa, 2 lixas de unha que eu amo, 2 camisetas pro Rô e um frasco de gelatina em cápsulas que não existe na NZ e sem as quais a minha unha vai pro saco.

Depois dessa, o Limbo Postal não me assusta mais. Muito.


P.S. Hj passei no correio em ashburton pra avisar e agradecer, pq afinal minha mãe me deu, além de livros e bolacha, uma educação decente!

Soldadinho de chumbo

O Rô comprou uma arma. Sim, uma espingarda. De chumbinho. Juro!
Ele tem essa fascinação não mto saudável, mas acho que eu já disse aqui que ele atira bem, pra quem não tem mta prática.
Essa arma que agora possuímos é potente o suficiente pra matar coelhos, possums, patos e até magpies (pássaro malvado preto e branco que atacam as pessoas), como eu fiquei sabendo em primeira mão essa semana, lá pelas 7h da madrugada, quando ele me acordou aos pulos de alegria pq tinha conseguido acertar um.
Os gatos até agora se safaram, graças a Deus. Mas os vasos, baldes, latas, pedaços de cartolina que se encontram nos postes da cerca aqui de casa, esses tiveram um destino de tortura e morte lenta.

Mamma Mia!!

Só pra não dizer que eu falo que vou contar uma coisa e depois esqueço totalmente do assunto (ao contrário de Lili, que se era interrompida no meio de uma história na terça, lá pela segunda que vem retornava exatamente ao mesmo ponto, como se a semana não tivesse acontecido. Fenomenal.), resolvi voltar anos depois pra contar como foi o show do Mamma Mia! em Wellington.

Bem, se vc viu o filme, o musical é absolutamente igualzinho, ingarquenem, tim tim por tim tim, palavra por palavra. Ao ponto de volta e meia eu recitar um diálogo. E a platéia não era tão empolgada assim.

Salvo a mocinha do meu lado, que igualmente fã, chacoalhava na cadeira e cantava todas as músicas. Aí no "bis", depois que acaba a história mas não a discografia do Abba, e os atores voltam e cantam e dançam músicas variadas, todo mundo demorou um pouco pra se levantar e dançar. E mesmo assim, não foi uma adesão 100%. De novo, os kiwis não são mto empolgados. Me decepcionei com a platéia. Claro que eu e ela estávamos felizes, dançando, quase subindo nas cadeiras.

Mas no geral, o musical é ótimo, a experiência foi fantástica e o meu marido, como já dito anteriormente, é maravilhoso. Mais que ele, só o croissant de chocolate com amêndoas na patisserie na manhã seguinte.

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Roteiro

Não é mole não, vou te contar. Ser estrangeiro em terras estrangeiras, ser tão fisicamente diferente de todos os loirinhos branquinhos neozelandeses, ter um sotaque bizarro de brasileira que aprendeu a falar inglês no Brasil com seriados americanos e principalmente trabalhar com pessoas. Feliz é o Gordo, pq as vacas não perguntam nada.

Isso é o que me acontece todo santo dia, aproximadamente 60 a 75% dos clientes com quem converso, chegando a taxas altíssimas de participação em dias mto calmos ou quando só estou eu atendendo.

Segue-se o seguinte dialogo, que surge do nada, entre um pedido de bebida e a devolução do cardápio pra minha mão:


Cliente: " Entao, de onde vc eh? "

Eu: " Eu sou do Brasil."-e sorriso.

Cliente:" Nossa -e olhar interessado-há quanto tempo vc está aqui na NZ?"

Eu: " Faz mais ou menos uns 20 meses. Bastante tempo já." - e sorriso

Cliente: olhar surpreso "Puxa, e vc tá gostando? Pretende ficar mais?"

Eu: " Ah, sim, nós adoramos, queremos ficar pelo menos mais um ano inteiro"- e sorriso

Cliente: "Que bom, e onde vc mora?"

Eu: " Moro numa fazenda mais ou menos uns 25km daqui. "

Cliente: " Numa fazenda?" - olhar intrigado

Eu: "Sim, meu marido trabalha numa fazenda de leite no caminho pra Hororata, e nós moramos lá."

Cliente: " Como vcs decidiram vir pra NZ?" - olhar curioso

Eu: " Ah, ele tinha alguns amigos que já estavam trabalhando aqui e contavam que é muito bom, aí decidimos vir e tentar a sorte. Graças a Deus, deu tudo certo e estamos adorando."

Cliente: " Puxa que interessante! ...."

E aí geralmente eu rio um pouco e vou fazer outra coisa, pq nesse ponto minha bochecha está dando cãimbra de tanto sorrir.


Todo Santo Dia. Kiwis, Aussies, Ingleses, Chineses, qq criatura que olha pra mim, morena alta e cabeluda e me compara com as outras garçonetes, pequenas, branquelas e loiras e chega à indiscutível conclusao que eu não sou daqui.

Acho que vou mandar fazer cartões com a minha história pra distribuir, pq sinceramente, isso cansa a minha brasileira beleza.