segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Aventuras inimagináveis no mundo de Maria Fernanda

Aqui em terras kiwis, eu fiquei ainda mais chata pra comer do que já era naturalmente. Mas não é minha culpa se tudo aqui tem recheio de bacon and eggs e se nenhum dos mais variados tipos de salsicha do supermercado é bom. Subestimei a Sadia minha vida inteira: agora a linguiça calabresa defumada faz uma falta danada. Já comentei que não tem linguiça aqui? Do tipo italiana, que a gente grelha na churrasqueira e depois passa na farinha e come pingando, sujando a roupa? (ok, eu sujo a roupa com tudo, não sou referência). Mesmo assim, determinados a encontrar um substituto, já tentamos todos os milhões de tipos de salsichas e similares do countdown, mas não tem nenhuma gostosa, nem uma que se assemelha à salsicha de hot-dog que conhecemos e amamos. Bem, já me acostumei com a falta de alguns produtos e aprendi a gostar de outros, como cordial de limão e barley, gingernuts, chá com leite, mini-wheats.
Falando em comida, eu poderia ficar aqui escrevendo o dia todo o que falta e o que é novo, mas o que eu queria mesmo é contar pra vocês que aqui na minha vida rural, o supermercado não é o único meio de alimentação. Existe a caça e a pesca e o plantio. Juro! Vaca não nasce no freezer, cenoura não nasce no saquinho e, pasme, frango não nasce empanado. Eu, flor do asfalto assumida e por ora enojada, acho graça no processo, mas ainda curto o supermercado. Acho que ainda não está na hora de trocar minha bolsa Louis Vuitton por um chapéu de palha e enxada.

Mas o Rodrigo adora. Ele está no elemento dele, ex-escoteiro que é. Acampamentos, animais,etc. Então, desde o dia 1, ele já foi caçar mil vezes com o Brent e os meninos, já acampamos, sempre vamos conhecer lugares novos, paisagens inexploradas. Pescar salmão ainda não deu, pq é necessário uma liçenca. Das caçadas os homens trazem coelhos/lebres ou patos que já cozinhamos, possums que são escalpelados para terem sua pelagem vendida (quase $8o o kilo do pelo), passarinhos só pelo prazer de.

Ontem ele foi com o Trevor, nosso patrão, "eeling". Pescar enguias, na fazenda aqui na frente.
Voltou todo empolgado, contando que vc usa carne de coelho como isca, uma linha mais grossa e sei lá o que. Que o cérebro do bicho fica na cauda e ele não pára de se mexer nem depois de morto. Pra arrancar o couro, vc martela o negócio numa árvore e puxa com alicates. Tive pesadelos, óbvio, só de ouvir ele contar.
Hoje o Trevor teve a bondade de cozinhar o animal para experimentarmos.
Bem, toda experiência é valida. Não é ruim, é carnudo, uma carne branca como peixe, mas muito gordo, mais que salmão. Acho que não vou comer de novo. Mas tem um pedação no freezer, se alguém se habilitar...

Um comentário:

Anônimo disse...

Filha
Você é a flor do asfalto (a agora do campo) mais linda que conheço.
Você já conseguiu diferenciar uma mangueira de um poste? Ou saber a diferença entre um tomateiro e uma samambaia da revista Cláudia?
He he. Amo você.
Kiko Mazziotti