domingo, 27 de março de 2011

Lucas 15: 11-21

Estamos de volta à NZ, depois de 50 dias no Brasil. A vida aqui ainda é a mesma: pastos verdes, vacas, ovelhas, amigos, fish and chips, trabalho trabalho trabalho, horários bizarros, casa pra arrumar, louça pra lavar, filmes pra assistir (agora temos Sky movies E esportes. Sinal da evolução humana e da vitória feminina), uma cidade amada destruída por um terremoto devastador que ainda não tive coragem de ir ver.

Rotina, então.

Rotina, depois de 50 dias, 34h de avião, aeroporto, táxis, teve até um navio na história.
Passeamos, viajamos, contamos as mesmas coisas trocentas vezes, respondemos as mesmas perguntas trocentas vezes, fomos a dois casamentos importantíssimos e nenhum funeral graças a deus, resolvemos assuntos bancários, eleitorais, emocionais, fizemos um cruzeiro-praia-grande, compramos lembrancinhas e outras nem tão inhas assim.
Sofri na lotação do metrô porque desacostumei, fiquei com dor nas pernas de tanto andar, jantei às 10 da noite, não fui pra balada infelizmente e não comprei sapatos que queria tanto.

E de tudo isso, o mais importante: recebemos uma overdose de amor. Amor simples, normal, de saudade, de abraços longos e apertados. Amor de mãe, pai, tia, prima, sobrinho, de melhor amiga e de melhor amigo, com tapinha nas costas.
Amor do filho pródigo que a casa torna, humilde e sem nada a oferecer e recebe de graça a graça da família.
Essa overdose de amor tem que ser suficiente pelo tempo que for, tem que ser saboreada em doses homeopáticas, guardada e repartida em mil dias, como a única caixinha de Bis que eu trouxe.
Os abraços tem que ficar nas roupas, os beijos no rosto, as risadas tem que ficar na boca, o amor tem que ficar no peito, pra não deixar a saudade chegar e se instalar.

Mas ela sempre chega e acha sempre um lugar nas lágrimas.